Charreteiro é preso após atropelar e matar ciclista; caso é investigado como homicídio
29/03/2025
(Foto: Reprodução) Homem de 31 anos foi preso por homicídio após ter atropelado Thalita Danielle Hoshino, de 38, em uma praia de Itanhaém (SP). A vítima sofreu um traumatismo cranioencefálico, foi internada, mas não resistiu e morreu na última terça-feira (25). Cavalo e charrete foram apreendidos e homem foi preso na manhã deste sábado (29)
Redes sociais e reprodução
A Polícia Civil prendeu na manhã deste sábado (29) o condutor da charrete que atropelou e matou a ciclista Thalita Danielle Hoshino na faixa de areia de uma praia de Itanhaém, no litoral de São Paulo. O homem de 31 anos foi detido em casa, em Praia Grande (SP).
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O delegado Arilson Veras Brandão, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município, disse que o caso é investigado como homicídio. O charreteiro foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande.
Charrete estava em corrida com outro veículo, diz testemunha
Vídeo mostra ciclista momentos antes de acidente
A vítima foi atropelada na faixa de areia no último domingo (23) e morreu na terça-feira (25) no Hospital Irmã Dulce, onde esteve internada após sofrer um traumatismo cranioencefálico (TCE).
Ele negou ter visto a vítima
Depois que Thalita foi atropelada, o condutor prestou depoimento à polícia. Na ocasião, ele disse não ter percebido a aproximação da vítima.
O homem relatou ter atingido a mulher enquanto ela passava na frente do veículo, mas a versão foi negada pela fisioterapeuta Gabriela Ferreira Neves de Andrade, que estava junto à Thalita na praia.
A testemunha estava pedalando alguns metros atrás da vítima e viu quando dois carros se aproximarem antes das charretes. Gabriela, inclusive, disse ter alertado a amiga sobre a presença dos automóveis. “Falei para ela tomar cuidado com o carro e desviei para o lado do mato".
De acordo com ela, primeiro passaram dois carros, depois passou um cavalo e a outra charrete, que a atingiu. "Ouvi um barulho e vi que ela (Thalita) tinha caído no chão”.
“Eu acredito que foi uma corrida porque eles estavam em uma velocidade muito alta [...]. Depois, conversando com alguns moradores de lá, eles falaram que é comum ter essas corridas [entre charretes], que é proibido”, disse a fisioterapeuta.
Quem era Thalita Danielle Hoshino?
Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, sonhava em morar na praia
Arquivo pessoal
Thalita Danielle Hoshino, a ciclista de 38 anos que morreu após ser atropelada por uma charrete na divisa entre Peruíbe e Itanhaém, sonhava em morar na praia. Segundo Gabriela, Thalita era moradora de São Bernardo do Campo (SP), trabalhava na área de tecnologia e estava no litoral paulista, acompanhada de amigos, para um passeio.
Gabriela e Thalita eram amigas há oito anos e estavam juntas no momento do acidente. A testemunha conseguiu desviar a bicicleta e contou ter alertado a vítima sobre os veículos. “A última palavra que eu falei foi para ela tomar cuidado [...]. E aí ela foi embora, aí acabou tudo”, lamentou.
A dupla estava a passeio na cidade junto com os maridos desde quinta-feira (20). “A gente tinha ido para a casa da minha sogra, que mora no [bairro] Gaivotas”, disse a fisioterapeuta.
Ao g1, Gabriela contou que a amiga trabalhava como administradora de sistemas de tecnologia e já havia compartilhado qual era o maior desejo da vida dela. “Tinha um sonho de morar na praia. Ela queria ter um motorhome e viver viajando”, relembrou.
Momentos antes do acidente
De acordo com Gabriela, os momentos que antecederam o acidente da amiga foram bons. “Ela estava sentindo uma paz imensa. Ela estava muito feliz, estava tirando fotos, filmando, do jeito que ela sempre gostou”, afirmou a fisioterapeuta.
Ainda segundo Gabriela, Thalita demorou para decidir a roupa que usaria no passeio de bicicleta. “Ela nem ia colocar biquíni no dia, mas quando abriu um solzinho, ela falou: ‘eu vou pôr um biquíni’. Um biquíni roxo, porque ela adora cor roxa”, relembrou.
Vídeo mostra ciclista atropelada por charrete momentos antes de acidente em praia
Características
De acordo com a fisioterapeuta, ela e Thalita tentavam se reunir pelo menos uma vez ao mês, pois eram muito próximas e se ajudavam.
“Podia estar passando qualquer tipo de problema, ela sempre sabia como resolver, sempre sabia como se virar. Ela era realmente a nossa conselheira, uma pessoa que não deixava você ficar triste, não deixava você ficar de baixo astral. Ela sempre me levantava. Nos piores e nos melhores momentos, ela esteve do meu lado”, informou.
Ainda segundo Gabriela, a amiga era muito resiliente e calma. “Ela era luz, paz, mansidão”, finalizou.
Thalita Danielle Hoshino sofreu traumatismo craniano após ser atropelada por charrete em praia de Itanhaém, SP
Reprodução
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